03 outubro 2008


Em tudo o que se encontra de antemão legislado e eticamente pré-determinado, as pessoas se reconhecem, habitualmente, como territorializadas, centralizadas, classificadas, enfim, tópicas, assentindo em se tornarem passíveis de uma repetição infindável do que já fora experimentado por muitos. Poder-se-ia dizer que o que se divulga pela arte é a intensidade do encontro de um não-lugar com todo e qualquer lugar, que passa a deslizar, perder-se em uma experiência constantemente renovada. A arte torna todos os lugares permeáveis a um não-lugar onde qualquer fixidez se desassenta, se desloca, se desterritorializa, se desnorteia, se desorienta, para dar luz a novas imagens deste desterro. A partir de sua exclamação, ela é capaz de mostrar, no previsível, o imprevisível que o transpassa, no habitual, o inabitual que o risca, no sólito, o insólito que o compõe, no contínuo, o descontínuo do qual ele é apenas um rosto... Neste jogo tensivo entre o lugar e o não-lugar, pode-se dizer que, híbrida, a arte é um entre-lugar. Tais deslimites da arte necessitam dos limites previamente estabelecidos: para superar a relação sujeito-objeto, precisa-se de um e de outro, para transitar por um entre verso e prosa, precisa-se de um e de outro, para flagrar possibilidades entre o filosófico e o banal, precisa-se de um e de outro... Neste entre-lugar, que utiliza as imagens dadas pelo que está à sua volta para, através delas, deixar ser deflagrada a força que tudo passa a controlar, descontrolando o prévio controle estabelecido e consensual, tudo está submetido à ininterrupta força de criação.


28 setembro 2008


Pensei um pensamento,
Voltei no tempo.
Voltei!

Não para buscar o momento,
Mas para sentir o vento.
Encontrei!

E lá estava eu...
Lá estava tudo.
Pensei!

Pasma, quase muda eu percebi.
Pois nem boca eu tinha para falar,
Que meu pensamento lá estava.
E eu aqui!

Notei não pensar com meu corpo,
Estranho, mas não precisava dele,
E que nele, também eu podia
Pensar!

Meu corpo ficou na cama.
Eu vaguei em pensamento.
Então o próprio vento,
Fui novamente sentir!

Como? Sem corpo? Sentir?
Bem, foi só em pensamento!
Eu acho...


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